Cavalos-marinhos, resgatados o ano passado na zona do pontão da Trafaria devido ao risco que corriam após o colapso da estrutura, foram devolvidos ao seu habitat natural.
O núcleo populacional de cavalos-marinhos que em março de 2022 foi recolhido na zona da baía da Trafaria, no concelho de Almada, e acolhido no Oceanário de Lisboa, foi devolvido ao seu habitat natural, no dia 31 de outubro.
A ação, realizada pelos investigadores que mergulharam, foi coordenada pelo ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, envolveu o Oceanário, o MARE-ISPA. e a Câmara Municipal de Almada.
Este núcleo populacional de cavalos-marinhos das espécies Hippocampus hippocampus e Hippocampus guttulatus, resgatado, permaneceu no Oceanário de Lisboa até então. Antes da libertação, foi retirada uma rede fantasma e estão previstas várias ações de limpeza para breve.
A já referida intervenção de 2022, permitiu recolher cinco marinhas (Syngnathus acus) e 23 cavalos-marinhos, das duas espécies ocorrentes em Portugal (quatro cavalos-marinhos comuns, Hippocampus hippocampus, e 19 cavalos-marinhos-de-focinho-comprido,Hippocampus guttulatus). As marinhas, que entretanto se haviam reproduzido, permitiram devolver mais de 100 indivíduos no passado mês de março.
Note-se que as espécies Hippocampus hippocampus e Hippocampus guttulatus têm graves problemas de conservação, necessitando de medidas de proteção específicas e urgentes, estando listadas nos anexos da CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção) e no Regulamento Comunitário, que aplica essa convenção na União Europeia, tendo ainda sido incluídas nos anexos do Decreto-Lei nº 38/2021, de 21 de maio, que aprovou o regime jurídico aplicável à proteção e à conservação da flora e da fauna selvagens e dos habitats naturais das espécies enumeradas nas Convenções de Berna e de Bona.