A apresentação do projeto “Iberalex - Gestão sustentável de praias e zonas húmidas ibéricas: conservação do Borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus) como ferramenta para compatibilizar os usos humanos e a biodiversidade” terá lugar no auditório do Departamento de Ciências da Vida, no Colégio de S. Bento, Universidade de Coimbra, entre as 9h30 e as 12h45 do dia 1 de fevereiro.
No dia seguinte, pelas 09h30, os investigadores do projeto juntam-se numa visita guiada às Salinas da Ilha da Morraceira, na Figueira da Foz, para conhecer estes habitats tão relevantes para aquela espécie. Na Figueira da Foz, as salinas, a par das praias , são das zonas mais utilizadas pelo Borrelho-de-coleira-interrompida para nidificar. A visita será acompanhada pelas investigadoras Zara Teixeira e Cátia Marques, do Laboratório MAREFOZ do MARE-UC, numa colaboração com o projeto Quinta Ciência Viva do Sal.
Segundo Jaime Ramos, investigador do MARE e professor do DCV, o Borrelho-de-coleira-interrompida necessita de praias arenosas e de zonas húmidas (como a Ilha da Morraceira) em boas condições ecológicas para se reproduzir, dado ser muito sensível a perturbação humana e a predadores. Portanto, a perturbação humana excessiva, por exemplo nas praias em época balnear, implica que esta espécie deixe de se reproduzir em tais áreas. Também as mudanças de habitat, como as alterações verificadas no Salgado da Figueira da Foz, implicam que a mesma fique com menos área disponível para nidificar.
«Este projeto pretende utilizar o Borrelho-de-coleira-interrompida como uma espécie guarda-chuva, e propõe um conjunto ações que servirão para melhorar o seu estado de conservação no espaço transfronteiriço Espanha-Portugal. Pretende ainda compatibilizar ações de conservação com atividades recreativas e extrativas humanas num cenário de alterações climáticas, evidenciado pelo aumento contínuo do nível do mar e pela erosão costeira», revela Jaime Ramos.
Um espécie guarda-chuva é uma espécie cuja conservação implica necessariamente a conservação de outras espécies. «Geralmente, são espécies como predadores de topo que necessitam de grandes áreas de habitat ou de condições ecológicas particulares, pelo que a sua conservação implica que essas condições sejam salvaguardadas», explica o coordenador do projeto na FCTUC.
Mais sobre o projeto Iberalex em https://iberalex.eu/pt/inicio-pt/
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Fotografia: Borrelho, Morraceira. © Ana Cláudia Norte