Atlântico, um bem comum- visões partilhadas franco-portuguesas

Nos dias 26 e 27 de setembro de 2022, decorreu na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa o Fórum Oceano: Atlântico, um bem comum, visões partilhadas franco-portuguesas, destinado à sensibilização do público para os grandes desafios relacionados com o conhecimento, a importância e a preservação do Oceano. Esta iniciativa, organizada pelo MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente em estreita colaboração com o Muséum national d'Histoire naturelle  (MNHN) e o Institut de l’Océan de l’Alliance Sorbonne Université no quadro da Temporada Cruzada Portugal-França 2022, foi a segunda parte do Forum Océan: “un enjeu pour l’expertise scientifique européenne”, que decorreu em Paris entre 2 e 4 de março 2022, no âmbito da Presidência francesa do Conselho da União Europeia.

 

Várias foram as personalidades que passaram por este Fórum e que sublinharam a importância do conhecimento, sensibilização e acção para um Oceano saudável e resiliente: o Diretor da FCUL, Luís Carriço; Olivier Poivre D’Arvor, Embaixador para os Polos e os Desafios Marítimos; Luís Anjos Ferreira, Reitor da UL; Bruno David, Presidente do Muséum National d’Histoire Naturelle (MNHN); Manuela Júdice, Comissária Portuguesa da Temporada Portugal-França 2022; Hélène Farnaud-Defromont, Embaixadora de França em Portugal; e o Secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, que encerrou a sessão de abertura do Fórum.

 

As conferências apresentadas por Miguel Miranda, Presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera; e Conceição Santos, Subdiretora Geral de Política do Mar, deixaram-nos mensagens muito importantes que alertaram para a necessidade de todos os cidadãos se envolverem na conservação e recuperação do Oceano, de que todos dependemos, e ainda para os riscos associados à delapidação do capital natural. A riqueza do nosso mar e dos serviços dos ecossistemas marinhos é o alicerce da nossa economia e do bem-estar das sociedades.

 

Foram muitos os especialistas nacionais e franceses que participaram nas quatro mesas-redondas dedicadas a temas candentes: oceano, ciência e juventude; exploração do fundo do oceano; descoberta do mar profundo e das fontes hidrotermais; e o destino dos peixes icónicos do Atlântico, com foco no bacalhau e na enguia-europeia. Entre os cerca de 30 especialistas, estiveram representadas 21 instituições portuguesas e francesas, permitindo a troca de experiências e conhecimento entre os dois países. Foram também discutidas perspetivas de novas ou renovadas colaborações Portugal-França em torno da temática do Oceano, nomeadamente nas áreas de investigação, formação avançada, divulgação e inovação.

 

Na sua intervenção, o Diretor do MARE, Pedro Raposo de Almeida, instou os participantes a “motivar as pessoas”, “levantar o moral das tropas”, recordando que o “discurso alarmista” que muitas vezes existe é “catastrófico” e fará com que se queira explorar tudo por se pensar que estará tudo perdido e concluindo que “Nós cientistas temos de modificar o discurso e ajudar os políticos”.

 

Se não teve oportunidade de assistir em direto, não deixe de ver a gravação do Fórum Oceano disponível para os dias 26 e 27

 

 

*Fotografias: DCI – Gabinete de Imagem e Conteúdos Digitais