Publicado na revista "Science of the Total Environment", o estudo foi divulgado pelo MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, através de um comunicado à imprensa.
Segundo o documento, observa-se "um aumento claro e acelerado" do número de espécies animais que não existiam em Portugal e que foram introduzidas em água doce. Um dos invasores, o lagostim vermelho, foi introduzido na década de 70 vindo do sul dos Estados Unidos e hoje “afeta negativamente a vegetação aquática e os anfíbios". Outros exemplos de espécies invasores bastante conhecidas são a amêijoa asiática e a carpa.
"Durante o século XX, até aos anos 70, eram introduzidas aproximadamente duas espécies por década nos ecossistemas de água doce, sendo atualmente esta taxa de 14 novas espécies por década", diz o estudo, que juntou dados de Portugal Continental e ilhas, correspondentes ao período de tempo entre 1800 e o presente.
Pedro Anastácio, investigador do MARE que liderou esta investigação, diz que "é urgente reverter esta aceleração, já que muitas espécies não-nativas causam impactos graves nos ecossistemas e na economia nacional".
De forma sumária, este estudo revela os padrões de introdução no país de 67 espécies de água doce, maioritariamente originárias de outros países da Europa e da América do Norte, e introduzidas através de atividades ligadas à pesca recreativa, pelo transporte de outros organismos e produtos, ou pela libertação de animais provenientes de aquariofilia.
Foram também identificadas cinco espécies invasoras que ainda não ocorrem em Portugal, mas que poderão ser introduzidas em breve – como é o caso do mexilhão zebra e do góbio asiático (espécie de caboz de água doce). A introdução destas espécies poderá ter graves impactos a nível económico e ecológico.