Miguel Baptista foi distiniguido com o prémio de Doutoramento em Ecologia- Fudação Amadeu Dias atribuido pela Sociedade Portuguesa de Ecologia (SPECO). Debruçou a sua investigação sobre o peixe-lua (Mola mola), o que lhe permitiu o delineamento de medidas de conservação mais objetivas e necessárias tendo em vista o declínio generalizado desse peixe icónico. Por falta de interesse académico, informação credível sobre a biologia e ecologia desta espécie que é escassa, pelo que este trabalho veio preencher uma lacuna no que se refere à utilização espacial, crescimento e composição. O peixe-lua é um peixe predador de grande porte presentemente ameaçado e classificado como "vulnerável", de acordo com os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) uma vez que se estima um declínio global de 10% por década.
Este trabalho permitiu mostrar que a temperatura da superfície do mar e a concentração de clorofila a (como "proxy" para a produtividade), são fatores ambientais que predizem o seu espaço de utilização. Comparando populações das águas do Atlântico Norte com outras do Pacífico Norte verificou que há diferenças em termos de relação peso/comprimento e que a sua composição elementar varia consoante a estação do ano e o tipo de músculo em observação. Estes dados permitem uma melhor compreensão de um predador de topo da cadeia alimentar do oceano que funciona como regulador de organismos gelatinos, contribundo para o equilíbrio dos ecossistemas no oceano.
Os três primeiros classificados irão receber o prémio e apresentar o seu trabalho no 20.º Encontro Nacional de Ecologia que, este ano, irá decorrer de 2 a 4 de dezembro.