Filipe Ribeiro é o investigador do MARE que leva a cabo a reportagem, distribuida pelo Expresso, "Alerta Vermelho nos Rios"
O Alentejo, especialmente, já conta com muitos peixes provenientes de outros países e continentes. Se a destruição das espécies pelos predadores que se alimentam na fauna indígena é um facto preocupante, mais preocupante é ainda constatar que por cada animal ou planta que são ilegalmente introduzidos nos rios e ribeiras alentejanos, aparecem cerca de 20 outros problemas relacionados com a propagação de doenças, normalmente transmitidas por parasitas, pequenos camarões e bactérias que entram "à boleia" dos exemplares ilegais, explica a reportagem realizada na Revista Sem Mais, distribuída pelo Expresso.
Filipe Ribeiro é biólogo no MARE. Faz investigação há vários anos nos cursos de água alentejanos e afirma que a região "tem um problema grave em termos de gestão das linhas de água". "As barragens são, muitas vezes, fornecedoras de peixes exóticos para ribeiras adjacentes, nomeadamente de carpas e achigãs”, conclui. Essas espécies acabam por chegar aos rios e causar problemas graves às espécies endémicas.
O investigador do MARE diz que ao Alentejo terão chegado, nos últimos 20 anos, nove espécies exóticas. A maior parte das vezes, por pescadores desportivos. A verdade é que "todos temos a obrigação moral de impedir a extinção das espécies e de tentar compatibilizar as atividades humanas com a biodiversidade", expõe Filipe Ribeiro, lembrando que a libertação de espécies invasoras para ribeiras e rios causa um efeito bem diferente do provocado pela sua existência em barragens.
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