Venenos de peixes. Diversidade nos seus constituintes proteicos e o seu potencial em biotecnologia.
Local: Anfiteatrro Fundação FCUL
Os organismos venenosos causam uma aversão natural em todos nós. Os peixes não constituem uma excepção, e, neste caso, as vítimas são sobretudo aqueles que dificilmente conseguem evitar o contacto com estes animais, nomeadamente os pescadores. No entanto, as histórias populares aumentam em muito a dimensão deste problema que, por sinal, não está avaliado do ponto de vista da saúde pública. Embora se saiba que estes venenos causam dôr intensa e têm efeitos diversos (cardiovasculares, neurotóxicos, hemodinâmicos, etc), não se conhece a sua diversidade em peixes e nada foi feito até à data na quase totalidade das espécies da fauna Europeia. Razões que poderão estar na origem desta situação poderão ser questões práticas, como dificuldades na extracção dos venenos, ou questões estratégicas, como a necessidade de abordar estes temas através de equipas multidisciplinares. Embora não seja do conhecimento de todos, existem mais de 10 espécies de peixes venenosos nas águas Portuguesas, e, os venenos que cada uma produz apresentam componentes distintos. Só este facto, recentemente reportado, deveria estimular a sua avaliação. É nesse sentido que se pretende avaliar de que forma estes venenos variam na sua constituição em diferentes espécies. Um dos objectivos é verificar se as diferenças na sua constituição estão ou não relacionadas com o seu grau de parentesco (i.e. se espécies mais próximas têm venenos semelhantes entre si) ou se este não é um factor preponderante na diversificação dos venenos neste grupo taxonómico. Os resultados preliminares são promissores, no entanto, há muito a fazer no futuro.