Os investigadores do MARE estiveram presentes no Dia Aberto da FCUL. Levaram a mais recente aquisição – o único barco de pesca elétrica em Portugal - o Cumba, levaram pepinos-do-mar, levaram um caranguejo, algumas cartas e muito conhecimento.
Chegaram vários alunos, de diferentes sítios do país, todos procuravam algo idêntico: uma “luz” que confirme a sua escolha de curso ou uma ideia que os ajude a descobrir o que inserir como primeira opção. No MARE encontraram investigadores dispostos a contar a sua história tanto académica, como de vida enquanto investigadores, quer passem mais tempo no laboratório quer em trabalhos de campo, como fazer mergulho.
O que faz o barco? É fácil! Ajuda os investigadores a lidar com as 30% das espécies exóticas que existem nos nossos rios. Há que pescá-las, estudá-las e… não as devolver ao rio. Espécies como o siluro, o alburno, a perca-europeia são espécies invasoras que degradam os ecossistemas. Com este novo barco os investigadores podem pescar, de forma mais segura e seletiva espécies maiores. O seu trabalho passa, pois, muito por melhorar a qualidade dos rios e assegurar a sobrevivência das espécies nativas.
Se se “aterrar” na bancada das Exóticas, percebe-se muito bem a questão das exóticas. As investigadoras levaram os alunos a “jogar às cartas” testando o seu conhecimento: De onde vêm as espécies exóticas? Como é que chegaram cá? Qual é o problema destas espécies? São algumas das perguntas que se vão respondendo em conjunto. Estas são espécies perigosas porque entram em competição com as nossas espécies e são agressivas.
As investigadoras deram a conhecer o caranguejo peludo-chinês, que veio da Ásia nas águas de lastro (águas que os navios vazios utilizam para compensar o navio quando não tem carga). Deram também a conhecer a Wakame, uma das algas utilizadas para o sushi - a alga que enrola a parte de fora do Temaki – também ela uma espécie exótica em Portugal.
Mas era também possível tocar num Pepino-do-Mar vivo. Não é considerado um animal bonito, mas é importante para os ecossistemas. Esta espécie acaba por ser aspirador do fundo dos oceanos. E reduz a acidificação dos oceanos. Problema? Tem havido muita pesca para os mercados exóticos. O que se tenta fazer no projeto Newcumber é produzir esta espécie em aquacultura para dar resposta à procura, e tentar repovoar o fundo do oceano.
A Mini-Saia também teve o seu lugar, tendo o seu otólito exposto para melhor conhecer este peixe. Os otólitos - equivalente a cristais - são umas pedrinhas que servem para a audição e o equilíbrio do peixe. Cresce à medida que o peixe cresce. O que é importante através destes é perceber se o peixe chega aos 30 anos ou só aos quatro anos, para saber quando pescar de forma sustentável. Conclui-se que este peixe só chega aos 15 anos e cresce muito nos primeiros anos!
O Diretor do MARE, Pedro Raposo de Almeida, também passou pelo Dia Aberto.
Não perca a presença dos investigadores nos vários eventos. Siga-os e poderá ficar a saber muito mais sobre os sistemas aquáticos!