Investigadores do MARE no “World’s Top 2% Scientists List”

Oito. É o número de investigadores do MARE mencionados no relatório “Updated science-wide author databases of standardited citation indicators”. Um número excecional, de que o MARE se orgulha.

 

Todos os anos a Elsevier atualiza o seu repositório de dados dos cientistas mais citados a nível mundial. São duas as listas publicamente disponíveis: mais citados a nível mundial no ano de 2023 e mais citados no conjunto da sua carreira. 
Entre os cientistas mais citados no ano de 2023, encontramos os investigadores do MARE Verónica Ferreira, Bernardo Duarte, Manuel Graça, Rui Rosa, Paula Sobral, João Canning-Clode e Jaime Ramos. Manuel Graça e Jaime Ramos juntam-se ainda a João Carlos Marques, na lista de maior número de citações ao longo da carreira.

 

O que estudam estes investigadores ?

Verónica Ferreira desenvolve trabalho na área da ecologia de ribeiros para perceber como funcionam estes ecossistemas, e como reagem a alterações ambientais como aquelas que decorrem das atividades humanas, das alterações climáticas ou da infeção da vegetação por agentes patogénicos. “Tento sempre que a minha investigação contribua para o avanço do estado da arte e tenha impacto no meu campo de investigação" explica a investigadora. Para Verónica Ferreira "esta menção na lista reflete o reconhecimento do meu trabalho pelos pares", já que “estes índices simplesmente refletem esse impacto uma vez que se baseiam em aspetos que não podemos controlar como o número de citações que os nossos trabalhos recebem e que são consequência do interesse que despertam nos outros investigadores".

O investigador Rui Rosa mostrou-se também bastante satisfeito com a sua menção: "É com grande satisfação que recebo esta distinção pelo terceiro ano consecutivo. Devo este reconhecimento à minha equipa fantástica (incluindo obviamente os ex-membros) e aos colaboradores". Atualmente o investigador do MARE gere o seu próprio laboratório o Rui Rosa Lab, dedicado à compreensão de como as futuras alterações ambientais, como as alterações climáticas e a acidificação dos oceanos, afetam a biodiversidade marinha.

Paula Sobral, apesar de surpresa mostrou-se feliz, vendo a menção como um reconhecimento do trabalho que tem vindo a desenvolver na área dos microplásticos nos oceanos, lixo marinho, e ecotoxicologia. Para além disto, a investigadora interessa-se pelos valores sociais da ecologia e comunicação sendo fundadora da Associação Portuguesa do Lixo Marinho – APLM .

Bernardo Duarte desenvolve também trabalho em Ecotoxicologia. O investigador avalia os efeitos nefastos dos contaminantes, nomeadamente de contaminantes emergentes, como cosméticos, resíduos farmacêuticos, biocidas e nanopartículas metálicas, em organismos marinhos, e principalmente em organismos fotossintéticos.

O investigador e fundador do MARE-Madeira João Canning-Clode, atualmente Edinburgh Ocean Leader, preside atualmente o Grupo de Trabalho para a Introdução e Transferência de Organismos Marinhos no Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES), área em que se tem destacado. Através das redes sociais partilhou que “esta conquista é particularmente significativa, uma vez que surge no final de um ano desafiante e cheio de obstáculos políticos”, e que “apesar dos obstáculos, este reconhecimento significa provavelmente que estamos no caminho certo - avançando e continuando a contribuir para o campo das Ciências Marinhas na Madeira e em Portugal.

Já o investigador Jaime Ramos, coordenador da Unidade Regional de Investigação MARE-UCoimbra e do grupo de investigação EcoTop: Ecologia e Conservação de Predadores de Topo, é referenciado no relatório como um dos mais citados em termos individuais em 2023, mas também de carreira. O Grupo de Investigação que coordena efetua estudos de seleção de habitat, ecologia trófica, ecologia alimentar, ecologia de movimento e fisiologia, para a conservação de predadores de topo e para o seu uso como sentinelas de alterações ambientais.

Também mencionado em ambas as categorias – individual e carreira - Manuel Graça mostrou-se “satisfeito com a menção”, no entanto considera, que esta “não deve ser sobrevalorizada, uma vez que a ciência é feita, sobretudo, de milhões de contribuições individuais”. Com o seu trabalho, o investigador pretende contribuir para o conhecimento da importância que o material orgânico produzido nas zonas ripícolas tem para os rios.

Apesar de atualmente estar aposentado da investigação, não foi um impedimento para o antigo diretor do MARE João Carlos Marques, ser mencionado na lista de mais citações ao longo da sua carreira. O investigador desenvolveu durante muitos anos investigação em ecologia marinha e estuarina.

 

Ao ter um número tão elevado de investigadores mencionados na “World’s Top 2% Scientists List”, o MARE afirma-se como instituição de excelência na investigação científica, destacando-se pela sua contribuição científica de elevado impacto e importância.