Diretor do MARE dá o alerta: Há menos lampreias no Rio Mondego

No passado dia 15 de outubro foi comunicado a grande diminuição das populações de lampreias no rio Mondego, numa reunião na Figueira da Foz que juntou pescadores, o MARE, representantes da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), Autoridade Marítima, PSP e Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR. 

O Mondego teve em 2024 o ano com menor efetivo de lampreias adultas no rio desde que há registos, revelou hoje um investigador da área, referindo que serão aplicadas medidas de limitação à pesca em 2025. "Foi o ano com menos efectivo de adultos reprodutores no Mondego", disse à Lusa Pedro Raposo Almeida, diretor do MARE.

Segundo o investigador, já era esperado "um ano desastroso, porque o pescador não apanhou lampreia", mas nos registos da passagem da lampreia no açude-ponte de Coimbra foram contabilizados 1.969 espécimes, muito abaixo daquilo que seria ideal para a sustentabilidade daquele animal (acima dos 10 mil), mas longe dos números mais baixos até agora registados no açude-ponte (em 2017, foram contabilizados 295 espécimes, e 717 em 2019).

No entanto, Pedro Raposo Almeida sublinhou que esse dado isolado não permite explicar a evolução do efetivo, já que este ano terão sido pescadas menos lampreias na Figueira da Foz e em Montemor-o-Velho do que aquelas que passaram o açude-ponte, em Coimbra.

Estes dados foram comunicados na terça-feira, numa reunião na Figueira da Foz, realizada no âmbito do projeto de investigação internacional DiadSea, liderado pelo MARE, onde foi possível comunicar e estabelecer o regulamento para 2025, que trará limitações à pesca da lampreia. Segundo o diretor do MARE, ficou estabelecido que até 2030 será abolido a arte de pesca botirão no estuário do Mondego. Caso não uma evolução positiva do efetivo de lampreia no Mondego, poderá ter de ser pensado outro tipo de restrições para 2026.

Apesar de todos os problemas, Pedro Raposo Almeira considera que há um trabalho positivo nos últimos dez anos, nomeadamente no envolvimento da comunidade de pescadores.

 

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(Fotografia da autoria de Jay Fleming. Fonte: SIC Notícias)