A unidade regional de investigação MARE-Madeira é um dos 24 parceiros europeus do novo projeto SEAMPHONI, que destina 700 mil euros sob a coordenação do investigador João Canning-Clode, para o desenvolvimento de trabalho e investigação em Áreas Marinhas Protegidas (AMP) na Região Autónoma da Madeira.
O SEAMPHONI, totalmente financiado pelo programa Horizonte Europa, tem como objetivo melhorar a avaliação e monitorização de áreas marinhas protegidas localizadas offshore. Com um orçamento total de 11 milhões de euros, o projeto reúne parceiros de toda a Europa, incluindo as regiões ultraperiféricas da Madeira e de Reunião. "É um projeto bastante grande e que julgamos que vai fazer de muitas mais valias para a Madeira”, afirma João Canning-Clode em entrevista à RTP Madeira.
Coordenado pela Universidade Politécnica da Catalunha, o SEAMPHONI permitirá fortalecer a investigação em montes submarinos, ecossistemas pelágicos e áreas de mar profundo na zona económica exclusiva (ZEE) da Madeira, sem depender de fundos regionais, consolidando ainda mais a Madeira como um centro de excelência nessas áreas. Em 2026, o projeto trará à Madeira uma importante expedição científica, com um navio de investigação e uma equipa internacional de cientistas.
Focando-se em áreas offshore (localizadas além das 12 milhas náuticas), o SEAMPHONI irá estudar as montanhas submarinas a nordeste da Madeira e Porto Santo, regiões de grande biodiversidade, mas que enfrentam desafios significativos devido à falta de proteção adequada e à dependência de métodos de monitorização dispendiosos, como os navios de investigação.
Para resolver esses problemas, o projeto irá testar, integrar e validar três soluções inovadoras de monitorização: "O DNA ambiental, portanto, a parte mais molecular, a colocação de sensores acústicos, e também a colocação de sensores de imagem, ou seja, sistemas de câmaras para desenvolver um sistema de observação partilhado e integrado", explica João Canning-Clode.
Além disso, o investigador espera que “este projeto, mesmo a nível europeu, venha a contribuir significativamente para a meta dos 30x30.É uma meta que pretende atingir os 30% dos ambientes de testes aquáticos e continentais e também oceânicos até 2030”.
Com duração de quatro anos, o SEAMPHONI terá início na segunda metade deste ano, e a expedição ao mar profundo ocorrerá entre 2026 e 2027. Alinhado com a estratégia de dinamização da investigação em mar profundo do MARE, este projeto assume um papel de destaque como o primeiro projeto europeu a abranger as Áreas Marinhas Protegidas offshore da Zona Económica Exclusiva da Região Autónoma da Madeira.
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