Uma equipa de investigadores, da qual integram os investigadores do MARE Friederike Peiffer, André Lima, Sofia Henriques, Emanuel Gonçalves, Miguel Correia e Gonçalo Silva, publicou recentemente um estudo noa revista científica Global Ecology and Conservation. O estudo revela que as duas espécies de cavalo-marinho presentes em Portugal, o cavalo-marinho-comum e o cavalo-marinho-de-focinho-comprido, têm um nível de proteção baixo.
Os cavalos-marinhos vivem tipicamente em zonas costeiras, o que os deixa vulneráveis a ameaças como a poluição, pesca acessória e a perda de habitat por atividade humana. Em entrevista à SIC Notícias, Friederike Peiffer, investigadora do MARE e primeira autora do estudo, referiu que “No resto do país não há estudos que permitam inferir sobre as tendências populacionais, mas este estudo vem confirmar que os estuários do Tejo e do Sado, a par da Ria Formosa, são os locais mais importantes para os cavalos-marinhos em Portugal”.
Segundo o estudo, as Áreas Marinhas Protegidas cobrem apenas 20% do habitat estimado para estas espécies em Portugal, e menos de 12% na frente atlântica de Espanha, sendo que apenas 0,5% apresentam proteção total.
“A grande maioria das Áreas Marinhas Protegidas não contempla medidas específicas para a proteção dos cavalos-marinhos e de organismos sésseis ou de baixa mobilidade nos seus planos de gestão, isto quando existem planos de gestão", começa por explicar Gonçalo Silva, coordenador do estudo. "É absolutamente fundamental criar medidas de proteção para estas espécies e dotar as Áreas Marinhas Protegidas de recursos humanos, financeiros e técnicos para que se possam gerir as atividades e a biodiversidade de uma forma sustentável”, acrescenta.
Em Portugal, os cavalos-marinhos são protegidos por lei (decreto-lei nº38/20212), sendo também uma espécie-bandeira bastante utilizada na sensibilização para a conservação da biodiversidade marinha e dos seus ecossistemas.
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