Miguel Leal, investigador do MARE, é o co-autor do artigo “A key metabolic gene for recurrent freshwater colonization and radiation in fishes” publicado esta Sexta-feira na revista Science.
O artigo, que versa sobre a importância da inovação genética na colonização de peixes em água doce, começa por questionar quais são as adaptações necessárias quando os organismos transitam e quão previsíveis são as soluções para tal ocorrer. Este estudo vem argumentar a “dada como certa” teoria de que a morfologia é o “ingrediente” essencial, e apresentar a ecologia, a fisiologia e a genética, como possíveis soluções, através da adaptação alimentar, para transições com sucesso.
O estudo, realizado numa espécie denominada esgana-gata (uma espécie modelo para estudar questões em ecologia e evolução), conclui que a duplicação do gene, compensando a escassez dietética nomeadamente por falta de ácidos gordos como DHA, permite a colonização em água doce.
Numa visão macro estas conclusões poderão ajudar a explicar a origem de novas espécies, que não está apenas relacionado com adaptações morfológicas, mas com questões genéticas, explica Miguel Leal.