Mapeamento Cultural – Uma abordagem potencializadora de Educação Ambiental

O doutorando do MARE Daniel Oliveira publicou recentemente o artigo “Culture Mapping as a Tool for Enviromental Education in Coastal Areas” na revista científica online Janus.net, da Universidade Autónoma de Lisboa. Daniel Oliveira é um dos alunos cujo doutoramento resultou da colaboração entre duas unidades regionais de investigação do MARE, tendo por isso como orientadoras as investigadoras Mônica Mesquita (MARE-NOVA) e Zara Teixeira (MARE-UCoimbra)

O Mapeamento cultural é uma ferramenta pedagógica que engloba a educação ambiental baseada no local onde se insere, através da sua exploração e representação.  Com uma abordagem colaborativa e orientada para a ação, esta ferramenta contribui para a criação de uma base de dados de conhecimento espacial local, permitindo a visualização e análise de narrativas comunitárias e estabelecendo ligações entre estas narrativas e outros elementos biofísicos e culturais da paisagem.

Para a criação destes mapas culturais é essencial entender o lugar, criar laços intracomunitários, formar identidade, mapear conflitos, discutir sonhos e desejos, e até mesmo criar contratos sociais. Uma vez que envolve os cidadãos e as comunidades na aprendizagem através do diálogo, o mapeamento cultural torna-se numa ferramenta de elevada importância na educação ambiental.

Neste contexto, o doutorando do MARE Daniel Oliveira, explora como a cartografia cultural pode fortalecer a educação ambiental nas zonas costeiras de Portugal, destacando a sua relevância para a compreensão das interações entre as comunidades locais e as paisagens costeiras, e para o desenvolvimento de estratégias sustentáveis   de   conservação   e   gestão   ambiental. Para isto, no seu artigo Daniel Oliveira analisa a evolução urbana ao longo da costa portuguesa, examinando os contextos históricos e os desafios na gestão dos territórios costeiros. Assim, é destacado a cartografia cultural como uma abordagem valiosa para integrar o conhecimento local e promover a colaboração entre diferentes contextos culturais.

Desta análise, o investigador permitiu concluir que a cartografia cultural  aumenta  a  relevância  e  a  ressonância  dos  projetos  de educação  ambiental  nas  comunidades,  contribuindo  assim  para  os  objetivos  locais  de desenvolvimento sustentável. No seu artigo, Daniel Oliveira apresenta também alguns projetos de investigação que utilizam a cartografia cultural como pedagogia ativa explorando o seu potencial para  a  educação  ambiental.

 

Deste modo, o investigador mostra que através da sua abordagem colaborativa, interdisciplinar e transcultural, o Mapeamento Cultural pode tornar os projetos de educação ambiental mais convincentes, abrangentes e envolventes, ajudando a proteger e a valorizar as paisagens costeiras para as gerações presentes e futuras. 

 

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