Carla Sousa Santos integra a equipa que descobre nova espécie endémica na bacia do Sado

A investigadora do MARE Carla Sousa Santos integra a equipa de trabalho responsável por uma recente descoberta: uma nova espécie de peixe endémica da bacia do rio Sado.

Com um nome científico pensado para homenagear a região de Setúbal, ou Caetobriga como era chamada pelos romanos, Squalius caetobrigus é a mais recente descoberta na bacia do rio Sado. De nome comum escalo-do-sado, este peixe cinzento e dourado de água doce, não atinge mais de 20 cm, e é o mais recente membro da família das espécies de escalos em Portugal.

Foi através de estudos genéticos que a equipa de investigadores conseguiu perceber que se tratava de uma linhagem diferente das restantes. Para além disto, recorrendo-se à Tomografia Computorizada, foi possível efetuar uma análise pormenorizada dos ossos destes peixes, permitindo a comparação com outras espécies. Esta análise mostrou algumas diferenças relativamente a outras espécies de escalos da Península Ibérica, como o número de escamas da linha lateral e certas características dos ossos do crânio.

Uma vez que a maior parte das espécies de escalos da Península Ibérica está ameaçada, estas comparações foram efetuadas com os peixes de colecções do Museu Nacional de Ciências Naturais de Madrid. Desta forma, foi possível minimizar os impactos ambientais e o sacrifício de mais animais para o estudo.

Apesar de ter sido recentemente identificado, e de ainda não possuir um estatuto oficial de ameaça, o escalo-do-sado poderá já estar sujeito a várias ameaças: a alteração e degradação dos cursos de água que habita, a introdução de espécies, e as alterações climáticas, são os principais fatores de risco.

 

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Fotografias de Carla Sousa Santos