Ações humanas estão a destruir as zonas de ervas marinhas por todo o mundo. É este o alerta dado por Gonçalo Silva, investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE-ISPA), em conjunto com as especialistas, Ester Serrão da Universidade do Algarve, e Valentina Muñoz da ONG Sciaena.
Atividades que levem à remoção do coberto vegetal natural, como a limpeza de terrenos, expõem estas zonas à erosão. Isto promove a deposição de partículas sobre as pradarias marinhas, aumentando a turbidez da água e reduzindo a luz solar necessária à fotossíntese das ervas marinhas. Em Portugal, as ervas marinhas encontram-se principalmente nos estuários dos rios, rias e lagoas, locais de água salgada e com pouca profundidade.
Em entrevista à agência Lusa, Gonçalo Silva refere a importância destes ambientes para espécies bandeira (espécies escolhidas para representar causas ambientais) como o cavalo-marinho, que usam estes habitats como refúgio, fonte de alimento e local de reprodução. O investigador explica que as pradarias marinhas se tratam de ambientes com um baixo hidrodinamismo, o que permite ao cavalo-marinho, esconder-se de predadores. Para além disso, estes locais possuem uma quantidade elevada de alimento, tornando-se "um habitat favorável à sua reprodução".
De acordo com os dados da ONU, as ervas marinhas estão a desaparecer desde a década de 1930, perdendo-se cerca de 7% destes habitats por ano. Segundo as especialistas, a criação de áreas marinhas protegidas não é suficiente para impedir a destruição destes ecossistemas uma vez que, "muitas das ações que destroem as pradarias vêm principalmente da gestão dos habitats terrestres".
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