A investigadora do MARE Maria Dornelas é a mais recente convidada do podcast “Inside Biodiversity”. Em conversa com o German Centre for Integrative Biodiversity Research (iDiv), a investigadora falou de como a perda de biodiversidade pode não ser universal.
Maria Dornelas é Macroecologista nas Universidade de Lisboa e de St. Andrews, focando o seu trabalho nos padrões globais de biodiversidade, mudanças ecológicas e diversidade de espécies. A sua investigação desafia os pressupostos comuns sobre a perda de biodiversidade, utilizando dados de longo prazo para revelar tendências complexas. Utilizando a base de dados BioTIME, o trabalho da investigadora mostra que a perda biodiversidade varia de acordo com o local, existindo áreas mais estáveis e até com aumentos na diversidade de espécies.
Com o objetivo de desmistificar alguns conceitos, em (x minutos) Maria Dornelas dá-nos novas perspetivas sobre a complexidade das variações de biodiversidade, desafiando narrativas mais simplistas. “Uma narrativa simples que diz “tudo está a diminuir” é muito mais fácil de vender do que uma narrativa que diz “bem, isso não é exatamente verdade”, que alguns lugares estão a melhorar e outros a piorar”, refere a investigadora.
Discutindo o “paradoxo da conservação da biodiversidade”, em que as actividades humanas alteram os ecossistemas, Dornelas explica como esta perda de biodiversidade não é universal. Embora a perda de biodiversidade seja real, faz parte de uma história mais alargada que inclui a renovação e a recuperação das espécies. A investigadora defende que se mude o enfoque da “perda de biodiversidade” para a “alteração da biodiversidade.
Em resposta às críticas, reconhece as limitações, como os curtos períodos de análise e os enviesamentos regionais na monitorização, mas sublinha que as suas conclusões continuam a ser valiosas, apelando a uma abordagem de conservação mais matizada, destacando os sucessos e os desafios.
Com isto, a investigadora pretende alertar que as narrativas demasiado simplistas correm o risco de desmotivar o público, fazendo eco dos erros cometidos na comunicação sobre o clima. Em vez disso, apela a mensagens equilibradas e à expansão dos esforços de monitorização da biodiversidade global.
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