Decorreu entre 4 e 6 de setembro na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa a conferência internacional NEOBIOTA 2024, que reuniu especialistas de todo o mundo para discutir as mais recentes abordagens e descobertas sobre espécies exóticas invasoras. A edição deste ano teve como entidade organizadora, o MARE, com o apoio da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e da Universidade de Évora.
Ao longo dos três dias de conferência, mais de 450 especialistas pertencentes a 50 países diferentes, debateram os mais recentes avanços científicos dentro da temática das espécies invasoras: a avaliação de risco, gestão e controlo de espécies invasoras, ferramentas inovadoras para deteção e monitorização, rotas de introdução e dispersão de espécies, bem como os impactos ambientais e socioeconómicos das invasões biológicas e suas implicações para a conservação da natureza.
“A elevada adesão ao NEOBIOTA2024 demonstra a enorme urgência em diminuir o impacto societal das Invasões Biológicas. Uma tónica comum em muitas apresentações, foi a necessidade de se trabalhar de forma integrada com diferentes entidades, ONG's, agentes económicos e sociedade civil, para reduzir este enorme problema, que tem impactos socio-económicos e ambientais. Alguns investigadores apontaram que as invasões biológicas são uma das causas principais de extinção de espécies nativas e causam mais prejuízos económicos que alguns desastres naturais, como os terramotos", contaram os investigadores do MARE Paula Chainho e Filipe Ribeiro a CIÊNCIAS.
Para além das mais de 200 palestras e sessões plenárias que contaram com a participação dos prestigiados investigadores Anthony Ricciardi e Gregory Ruiz, realizaram-se ainda vários workshops gratuitos no dia 3 de setembro, sobre temas como os projetos LIFE, focados em invasões biológicas, métodos de avaliação e gestão, o aproveitamento económico de espécies invasoras, a formulação de políticas públicas e o envolvimento da ciência cidadã. Para além disto, os participantes tiveram a oportunidade de realizar visitas técnicas a Sintra, ao Estuário do Sado (Setúbal) e ao Rio Tejo (Santarém), permitindo-lhes observar de perto algumas das espécies invasoras presentes em ecossistemas locais e conhecer os projetos em curso para monitorização e controlo dessas espécies.
Deste modo, O NEOBIOTA 2024 assume-se como evento de renome dentro da temática das espécies invasoras, ao reunir conhecimento de ponta e promovendo colaborações internacionais para enfrentar esse desafio crescente.