O aumento da temperatura da água do mar, causado pelas alterações climáticas, está a levar a um aumento na taxa de divórcio dos Albatrozes-de-sobrancelha (Thalassarche melanophris).
Esta é a conclusão da equipa que conta com três investigadores portugueses: o investigador do MARE Paulo Catry e dos investigadores do CESAM Francesco Ventura e José Pedro Granadeiro.
Os investigadores, que se juntaram nas Ilhas Malvinas para estudar este tipo de aves marinhas, concluem que a falta de compatibilidade ou negligência de um dos parceiros é o motivo da separação da maior parte das aves desta espécie que, habitualmente, forma pares monogâmicos com os quais podem ficar até ao fim da vida – cerca de 70 anos.
As condições ambientais afetam a sobrevivência dos animais e a capacidade para procriar com sucesso. E são duas as condicionantes: a temperatura da superfície do mar, que quanto mais quente menos propícia está ao crescimento de organismos na parte inferior da cadeia alimentar, como o fitoplâncton, havendo menos comida para aves marinhas; e a velocidade do vento que é necessário para que os albatrozes levantem voo e façam as suas migrações.
Este estudo foi publicado recentemente na revista Proceedings of The Royal Society. Pode ler aqui: https://royalsocietypublishing.org/doi/10.1098/rspb.2021.2112