A estudante de doutoramento Inês Ventura foi distinguida com o segundo lugar na primeira edição dos Troféus Clima e Biodiversidade, promovidos pela Fundação Maud Fontenoy.
Inês está a desenvolver a sua tese de doutoramento no MARE e no Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI), com objetivo de criar bioadesivos inspirados na cola natural produzida pelos ouriços-do-mar. A jovem investigadora pretende que estes bioadesivos tenham aplicação a nível cirúrgico, ao garantir a sua compatibilidade com o corpo humano.
“Atualmente a utilização de pontos ou suturas em algumas cirurgias, por exemplo, em tecidos moles, ainda tem algumas desvantagens. Nestes casos os pontos são substituídos por adesivos ou colas cirúrgicas: existem dois tipos, os sintéticos que apesar de eficazes são tóxicos e os biológicos que são mais biocompatíveis, mas a força adesiva não é tão forte”, começa por explicar Inês Ventura. “É uma solução que reúne todas as vantagens: é eficaz na presença de fluídos e tem elevada força adesiva. Também estamos a tentar que tenha uma produção ecologicamente sustentável”.
Esta cola biodegradável, produzida em laboratório é mais forte, solidifica rapidamente, e adere facilmente às superfícies mesmo na presença de água salgada. “Sabemos que este adesivo [dos ouriços do mar] é formado por proteínas, açúcares e sais. O primeiro passo é identificar as proteínas a produzir”, refere Inês Ventura. Para a fabricar em laboratório, a investigadora insere a informação genética destas proteínas dentro de bactérias que as replicam a grande escala, para serem posteriormente purificadas.
Foi este trabalho que valeu a Inês Ventura um lugar no pódio do Troféu Clima e Biodiversidade, um prémio da autoria da Fundação Maud Fontenoy que se dedica à proteção dos oceanos, em parceria com a Forvia, fundação para a promoção de uma mobilidade mais sustentável,